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Você está se tornando incapaz de fazer o que é difícil?

Por que está cada vez mais difícil manter a atenção?
Por que, mesmo sabendo o que precisa ser feito, a gente escolhe o caminho mais fácil?
Essa geração aprendeu a correr da dor, evitar esforço e viver no raso. Vídeos precisam ser curtos. Textos, com no máximo três linhas. Tudo precisa ser “rápido, prático e divertido” — e se exigir raciocínio, esforço ou silêncio… perde o público.

Mas esse comportamento tem um custo invisível: a mente está perdendo a capacidade de focar, sustentar esforço e crescer com profundidade.
Era para sermos a geração mais informada da história — e somos. Mas também somos a mais distraída.
Você percebe?
Começa a ver um vídeo mais longo no YouTube… e pula para o Shorts.
Abre um artigo para aprender algo… mas volta para o Instagram.
Está no meio de um livro… e pega o celular sem motivo.

Seu cérebro está viciado em dopamina rápida. E isso mata sua produtividade, sua comunicação e sua capacidade de aprender de verdade.
Sabe por quê? Porque o fácil recompensa na hora. Mas não desenvolve.
O difícil constrói.
É difícil estudar.
É difícil ensaiar uma boa apresentação.
É difícil sentar para estruturar uma palestra, um roteiro ou um novo conteúdo.
Mas é no difícil que sua mente cresce, sua autoridade se forma e sua comunicação evolui.

Recentemente, um aluno me procurou:
“Israel, quero aprender a falar bem. Mas você tem conteúdo de até 1 minuto?”
Eu perguntei:
“Você quer aprender a se comunicar com profundidade… em 60 segundos?”
Ele parou, pensou, e respondeu:
“Nunca pensei nisso assim…”

E esse é o ponto.
Queremos grandes resultados, com mínimo esforço e máxima velocidade. Mas a verdadeira transformação exige tempo, paciência e trabalho interno.
Se você se acostumar a só consumir o fácil, você também só vai conseguir falar o fácil, pensar o fácil e viver o fácil. E quem só fala o superficial, nunca gera impacto de verdade.

Quer mudar isso? Então comece por aqui:

– Faça algo desconfortável todos os dias.
Assista um vídeo técnico completo. Leia um artigo inteiro. Fique em silêncio por 5 minutos. Treine sua mente a sustentar esforço.
– Assista conteúdos longos com atenção total.
Se não consegue, é sinal de que precisa. Volte. Insista. Melhore.

– Seja intencional no que consome e no que fala.
Se alimente de profundidade para oferecer profundidade.

– Use isso na sua comunicação.
No palco, nas redes, em reuniões: não fale só o que é fácil. Fale o que transforma.

Você pode continuar buscando o atalho.
Mas quem vai mais longe é quem aguenta o caminho.

O raso agrada. Mas é a profundidade que transforma.

Israel Elias
Mentor de Oratória

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