Você acredita que suas habilidades são algo fixo, “tá no sangue e pronto”, ou acha que pode aprender e se reinventar a qualquer momento? Sua mentalidade está te empurrando para frente ou, sem você perceber, te sabotando e freando seu potencial?
Vou narrar uma situação que vi acontecer: Laís e Sofia, duas profissionais competentes, foram convidadas para apresentar um projeto importante diante da diretoria. Nenhuma delas tinha muita experiência em falar em público. A apresentação da Laís foi um desastre – ela travou, se atrapalhou nos slides e saiu de lá arrasada. A Sofia também não foi lá essas coisas: gaguejou um pouco, a voz tremeu, cometeu uns errinhos.
A diferença veio depois. Laís, morta de vergonha, comentou com os colegas: “Eu não nasci pra isso, nunca mais me ponham na frente de um público!”. Já Sofia, apesar do nervosismo, pensou consigo: “Ok, não fui ótima, mas o que posso melhorar da próxima vez?”. Enquanto Laís se fechou e passou a evitar qualquer situação que lembrasse aquela (fugindo de apresentações como o diabo foge da cruz), Sofia pediu feedback, procurou um curso de oratória e decidiu tentar de novo na primeira oportunidade que tivesse.
Seis meses depois, adivinha quem estava liderando uma nova apresentação na empresa, com segurança e até brilho nos olhos? Ela mesma, Sofia – a que escolheu a mentalidade de crescimento. Laís, por sua vez, continuava escondida na sua zona de conforto, torcendo para nunca mais precisarem dela nessas horas. Essa história ilustra perfeitamente como a mentalidade pode ser uma amiga ou uma inimiga. Quando você acredita que pode melhorar (mesmo que aos poucos), você se dá novas chances. Já quando acha que “é assim mesmo e ponto final”, você se tranca numa caixa apertada e joga fora a chave.
A psicologia chama isso de mindset fixo vs. mindset de crescimento. No fixo, a pessoa pensa que já nasceu com um certo “teto” de talento ou inteligência e que fracassos são prova de incapacidade. No de crescimento, a pessoa entende que cada falha é uma oportunidade de aprender e que nenhuma habilidade é estática – tudo pode evoluir com esforço e prática. Não é papo de autoajuda vazio: inúmeros exemplos mostram gente que se julgava “sem dom” em algo, mas por persistir e adotar novas estratégias, acabou desenvolvendo maestria. E também já vimos quem era promissor desistir no meio do caminho por acreditar que não dava mais.
A grande sacada aqui é: você pode escolher no que acreditar sobre você mesmo. Pode escolher alimentar as crenças limitantes (“sou ruim nisso, então nem tento”) ou desafiar essas crenças (“e se eu puder melhorar um pouquinho a cada dia?”). Sua mentalidade molda a forma como você reage aos desafios. Se for aquela voz interna crítica, que só aponta suas falhas como defeitos permanentes, cada tropeço vai parecer o fim do mundo. Mas se for uma voz encorajadora, que diz “calma, ainda não deu certo, mas vamos em frente”, cada tropeço vira apenas um passo na jornada.
Mudar a mentalidade não acontece da noite pro dia, especialmente se a gente carregou anos de autocrítica pesada. Mas começa tomando consciência. Da próxima vez que se deparar com algo difícil, repare no que seu pensamento diz. Está te xingando de incapaz? Ou está te lembrando que todo mundo começa meio perdido e melhora com o tempo? Ajustar essa lente faz milagres. Quando você adota a ideia de que pode evoluir, o medo de errar diminui – afinal, o erro deixa de ser sentença final e vira parte do processo. E assim, pouco a pouco, aquela mente que antes te puxava pra trás passa a trabalhar a seu favor, te impulsionando rumo às conquistas que antes pareciam distantes.
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Israel Elias — Mentor de Oratória — @oisraelelias.





